A greve dos caminhoneiros contra o aumento do diesel, que começou na terça-feira, segue na Região Central. Manifestantes se concentram em postos de combustíveis às margens da BR-392, em Santa Maria e São Sepé, BR-158, em Júlio de Castilhos, e BR-287, em São Pedro do Sul e São Vicente do Sul.
Acesso à BR-158 é bloqueado no Bairro Cerrito
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que não há trancamento do trânsito nos trechos de manifestação e que os caminhoneiros que passam pelas rodovias são convidados a aderirem às atividades. Entretanto, a reportagem do Diário esteve no trevo de acesso a São Pedro do Sul, na altura do km 282, no final desta manhã, e constatou que muitos carros e caminhões estão impedidos de passar pelo local e uma patrola faz o trancamento da rodovia para carros, liberando o trânsito a cada 10 minutos.
– A gente entende e libera quem tem compromisso, mas uma andorinha só não faz verão. Estamos todos prejudicados com a suba do óleo. Deveria parar tudo: supermercados e os agricultores que utilizam a rodovia – avalia o caminhoneiro Werno Tatsch, 58 anos.
Na fila de carros que se forma, opiniões dividem os que precisam ficar alguns minutos parados e utilizam o trecho para viagens ou a trabalho.
– Não adianta trancar estrada, tem que votar bem. E ninguém votou – conclui o engenheiro civil Antônio Carlos de Abreu, 37 anos que ia de Santa Maria para Santiago, onde tem uma propriedade rural.
Já o pecuarista Tadeu Nunes, 61 anos, diverge:
– Temos de apoiar, pois é um protesto justo e precisamos ser solidários. Afinal, a causa (alta do combustível) afeta a todas das pessoas.
Na região central do Estado, a movimentação se articulou, principalmente, por um grupo de WhatsApp em que participam centenas de pessoas.
– Um foi falando para o outro e largando informação da hora e lugar no grupo (do WhatsApp). O Brasil todo está fazendo protesto e queremos que a população, em geral, se mobilize. É um absurdo subir o valor do combustível e o frete cada vez baixo. Aí começa apertar, o caminhão sucateia e começa faltar coisa em casa – relata o caminhoneiro André Gutheil, 37 anos.
A categoria reivindica, ainda, a aprovação do projeto de lei que prevê uma tabela com valor mínimo para o frete, a aposentadoria com 25 anos de carreira e a revisão, por parte do governo, da redução no quadro de policiais rodoviários.